A artista alemã e entusiasta da moda Christina Putz começou a sua carreira na moda enquanto estudava design de moda e ilustração de moda em Munique. No entanto, o "ponto de viragem" de Christina, em termos de saber exatamente que a moda era o que queria fazer para a vida, só ocorreu quando ganhou um concurso de design durante o seu último ano de estudos, que a levou para Londres. A sua experiência na agitada cena da moda londrina - desenhar, criar padrões, costurar peças de vestuário e dar os últimos retoques - aproximou-a do mundo do design de figurinos, que ela revela ser para onde "queria ir". Trabalhar para grandes produções como 'O Rei Leão', despertou a sua paixão por combinar moda e arte.
Enquanto vivia e trabalhava em Inglaterra, Christina conheceu o seu marido, que é português. Depois de visitar Lisboa nas férias e de se apaixonar pelos "edifícios, o céu, a arte e a vibração da cidade", Christina e o marido decidiram mudar-se para Portugal há cerca de quatro anos, mesmo antes da COVID-19. Christina foi então impelida pelo desejo de criar algo para si própria durante a pandemia. "Perguntei a mim própria: se eu pudesse fazer alguma coisa, o que seria? E apercebi-me que era criar a minha própria marca", conta. Não estando impressionada com muitos aspectos da indústria da moda, a oportunidade de criar o seu nicho foi a sua inspiração. Como Christina continua a dizer, "queria exprimir tudo o que adoro na moda sem ser impedida pela forma como a indústria da moda funciona". E foi assim que a ALÉM começou a emergir lentamente.
Inspiração
A "poesia" da língua portuguesa foi uma grande inspiração para a marca ALÉM. Como Christina partilhou, "adoro a língua portuguesa e comecei a estudá-la durante a COVID-19, principalmente para poder comunicar com a família do meu marido, que tanto amo. Também é muito importante para mim compreender a riqueza da cultura portuguesa, incluindo a sua música e a essência da sua identidade". A criadora acredita que o conceito de "além", no contexto da marca, é provavelmente a melhor forma de entender a palavra 'Além', que, como referiu, é uma palavra complicada para um estrangeiro compreender plenamente devido aos muitos significados que lhe estão associados. "Apenas para ir além da moda - para ir além do estereótipo do que uma marca de moda deve ser."
Como uma empresa artesanal consciente, o Atelier ALÉM, que abriu oficialmente as suas portas em 2023, cria roupas únicas e artesanais a partir de tecidos premium certificados de forma sustentável. A ALÉM combina habilmente os domínios da moda e da arte, inspirando-se na poesia, na arte e na natureza. Identificar o Atelier ALÉM como uma marca de slow fashion sustentável significa, para Christina, ser totalmente transparente e trabalhar apenas com materiais não tóxicos e não nocivos da mais alta qualidade, produzidos de forma responsável e rastreáveis. "A sustentabilidade tornou-se uma palavra tão falada que até as maiores marcas de moda a usam de forma descuidada, sem se comprometerem verdadeiramente com práticas sustentáveis", observou.
Qualidade
Assegurando um trabalho artesanal honesto e dando prioridade à qualidade em detrimento da quantidade, cada peça é meticulosamente desenhada de raiz e feita à mão no Atelier de Lisboa da ALÉM. Como a designer partilhou, "O meu objetivo é criar peças requintadas com tecidos de alta qualidade que façam com que os meus clientes se sintam únicos, especiais e incríveis, ao mesmo tempo que adoptam uma atitude sustentável ao longo de todo o processo. Concentro-me em lançar peças específicas ou colecções cápsula exclusivas em vez de lançamentos frequentes e em grande escala". Cada encomenda é feita especificamente para o cliente, evitando a acumulação de roupa não vendida e reduzindo o risco de os artigos acabarem em aterros sanitários, abordando assim uma das maiores falhas da indústria da moda", explica.
Adaptabilidade
Uma das principais características distintivas da ALÉM é a capacidade de ajuste das suas peças de vestuário, concebidas para se adaptarem a uma variedade de mulheres através de estilos de envolvimento ou de amarração. A ALÉM dá mais importância à sensação de conforto e sofisticação que uma peça de vestuário transmite à sua utilizadora do que ao facto de se ajustar a uma tabela de tamanhos específica. Como sublinhou, "quero que as mulheres se sintam bem na sua pele, a etiqueta de tamanho não deve ser importante. Vindo de uma experiência de fabrico por medida, oferecer um serviço de design personalizado com um toque artístico é definitivamente algo que quero oferecer num futuro próximo".
As peças da ALÉM já estão disponíveis em duas lojas. A Etikway, uma comunidade de design que junta marcas sustentáveis com uma causa, está disponível em três locais em Lisboa e arredores: Etikway na Embaixada, Príncipe Real, Etikway Castilho Shopping, junto ao Marques de Pombal, e Etikway Cascais Shopping. Para além disso, os designs da ALÉM também podem ser encontrados na Cobblestone Avenue, uma pequena boutique sustentável localizada em Lagos, no Algarve. Como Christina continuou a partilhar, "Enquanto o apelo visual da ALÉM é evidente em fotografias, a verdadeira experiência está no toque e na sensação das nossas luxuosas peças de vestuário feitas à mão. O objetivo da ALÉM é fazer com que se sinta excecional".
Como Christina termina de se expressar, "sou apaixonada por isso porque acredito que o futuro da moda deve ser sustentável. Está nas pequenas marcas que têm fortes intenções e a confiança para se manterem fiéis a si próprias". Abraçando a máxima "menos é mais", a ALÉM esforça-se por oferecer designs sustentáveis e versáteis, que podem ser estilizados sem limitações, incorporando a essência do minimalismo elegante e intemporal. O último lançamento da ALÉM é a coleção cápsula "Licht ist Poesie", uma interpretação monocromática e sonhadora do movimento artístico Bauhaus. A coleção está disponível diretamente na marca, bem como nas três lojas Etikway.
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