O mais recente relatório do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida(CNPMA), apresentado à Comissão de Saúde, destaca como "dado muito relevante" a confirmação da redução progressiva do número de gravidezes e partos múltiplos.
De acordo com o documento, a taxa de nascimentos múltiplos resultantes de tratamentos de Procriação Medicamente Assistida (PMA) baixou de 7,9% em 2020 para 7,4% em 2021 e 6,8% em 2022.
"Esta taxa constitui um dos indicadores de qualidade mais importantes na avaliação do sucesso global das técnicas de PMA, uma vez que a redução do número de nascimentos pré-termo está associada a menos potenciais implicações negativas para a saúde das crianças nascidas, para além de uma redução dos custos sociais e de saúde", sublinha.
Na apresentação do relatório, o presidente do CNPMA, Carlos Calhaz Jorge, referiu que, em 2022, foram realizados perto de 16 mil tratamentos com recurso a técnicas terapêuticas, mais 8% do que em 2021. Desse total, 29,7% ocorreram em centros públicos.
"Se esse número de 29,7% deixa alguma impressão em mim - que sempre trabalhei no serviço público e sou defensor do serviço público - a situação é ainda pior quando são necessárias técnicas de transplante de células doadoras: apenas 3% foram realizadas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
No caso da subpopulação incluída nos últimos anos entre os potenciais beneficiários - casais de mulheres e mulheres sem companheiro -, apenas 1% dos tratamentos foi realizado no SUS, informou o gestor.
Como resultado do uso de várias técnicas de PMA, 3.673 crianças nasceram em Portugal em 2022, representando 4,4% de todos os bebês nascidos em Portugal naquele ano, em comparação com 4,1% em 2021 e 2,5% em 2013, quando o primeiro relatório foi elaborado usando as plataformas de registro atuais.
Na audição, Calhaz Jorge alertou para a necessidade urgente de um estatuto para o CNPMA: "Existimos há 17 ou 18 anos e, desde o primeiro dia, desde a primeira reunião, ficou claro que a lista de competências do Conselho não faz sentido, dada a falta de um enquadramento ou de uma estrutura adequada".






