O santuário para elefantes que vivem em jardins zoológicos e circos, desenvolvido pela organização sem fins lucrativos Pangea, foi apresentado em Vila Viçosa.

"Esperamos que o primeiro elefante chegue no início de 2026 e o seu nome é Kariba. É um elefante que está a viver num jardim zoológico na Bélgica", revelou a diretora-geral da Pangea, Kate Moore, em declarações aos jornalistas.

A responsável indicou que Kariba "veio do Zimbabué" para a Europa, onde viveu "os últimos 40 anos em cativeiro" em vários jardins zoológicos, mas vai "acabar por viver os seus últimos anos" no futuro santuário.

Quanto ao investimento previsto no projeto, Kate Moore disse que, ao longo de cerca de 10 anos, a Pangea espera "investir 15 milhões de euros".

Também em declarações aos jornalistas, o principal consultor técnico da Pangea, Miguel Repas, sublinhou que o santuário vai proporcionar aos animais "tranquilidade, paz e liberdade", pelo que não será um espaço aberto ao público.

No entanto, sublinhou que estão previstas iniciativas abertas ao público, como programas para escolas e para a comunidade local, e será criado o chamado "centro de descoberta", que proporcionará experiências e interações com os elefantes.

"Teremos protocolos com a comunidade científica", no âmbito dos quais "serão realizados estudos e projectos científicos, fornecendo informações fundamentais para o desenvolvimento do conhecimento sobre o bem-estar dos elefantes", disse.

Lembrando que os futuros hóspedes do santuário "nunca tiveram contacto com a natureza", Miguel Repas sublinhou que os elefantes vão "reaprender a usar a natureza e a socializar" com outros animais da espécie.

De acordo com o biólogo, o santuário terá estábulos para alojar os elefantes, uma área central de serviços de apoio e vedações preparadas para suportar uma carga de 60 toneladas.

Miguel Repas adiantou ainda que serão criados 10 postos de trabalho diretos e entre 30 a 50 indirectos.

Benefícios locais

O presidente da Câmara Municipal do Alandroal, João Grilo, destacou os benefícios que o projeto traz para este território do ponto de vista do desenvolvimento económico e da conservação, e revelou que será criado um centro interpretativo do santuário na vila alentejana.

Este espaço "vai fazer a ponte entre o santuário e os visitantes e facilitar a comunicação com os jovens e as comunidades educativas", sublinhou.

O presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Inácio Esperança, sublinhou que os terrenos que vão ser ocupados pelo santuário estavam desaproveitados e vão agora ser recuperados ambientalmente e valorizados.

"E vamos ter a possibilidade de ter turismo de estudo, turismo de formação, grupos de estudantes, investigadores, que é tudo o que nós queremos", acrescentou.

Com uma área de 402 hectares, este será o primeiro grande santuário na Europa para elefantes que viviam em cativeiro, com capacidade para até 30 animais, estando a chegada dos primeiros animais prevista para o início de 2026.

Leia mais aqui...

Toda a gente gosta de elefantes