A recomendação, proposta pelo Partido Comunista Português(PCP), foi apresentada durante um debate tropical solicitado pelos vereadores comunistas. Estes argumentaram que a situação das bibliotecas de Lisboa se está a agravar, afectando negativamente a comunidade educativa, os actuais e futuros leitores e muitos trabalhadores municipais.
"Lisboa não tem estado à altura das suas responsabilidades neste domínio", afirmou a vereadora do PCP Natacha Amaro. A vereadora lembrou que o programa estratégico de bibliotecas de 2012 tinha como objetivo a criação de 26 bibliotecas até 2024 - oito principais e dezoito de proximidade - mas, atualmente, existem apenas três principais e outras quinze.
Sublinhando o papel das bibliotecas no acesso à cultura e no envolvimento democrático, a Comissária apontou problemas como a falta de pessoal, o horário limitado e o encerramento aos sábados. Referiu também questões de manutenção, como os problemas de canalização que obrigaram ao encerramento da biblioteca de Belém e os 23 anos de espera da biblioteca Orlando Ribeiro por uma nova pintura. "Lisboa é o único concelho da área metropolitana em que as bibliotecas não abrem ao sábado", sublinhou.
O PCP reclamou mais trabalhadores e melhorias na climatização, nas acessibilidades, na mobilidade e na falta de cafetaria.
Em representação da autarquia (liderada pelo PSD/CDS-PP), a vereadora da Educação, Sofia Athayde, reconheceu a falta de pessoal, mas destacou os esforços de recrutamento. "Atualmente, a rede de bibliotecas conta com 184 trabalhadores, contra 154 em 2021", disse. Acrescentou que estão a ser negociadas alterações ao horário de funcionamento, incluindo conversações com os sindicatos, e que está quase concluído um novo plano estratégico.
Com os votos contra do IL e da vereadora independente Margarida Peneedo, e as abstenções do PSD, PPM, CDS-PP e Chega, a assembleia recomendou que a autarquia tomasse as medidas necessárias para resolver estas questões, centrando-se no aumento do pessoal e na resolução de problemas de manutenção e segurança há muito existentes.
Por unanimidade, a Assembleia também instou a Câmara a efetuar melhorias essenciais nos edifícios o mais rapidamente possível.
A Assembleia Municipal de Lisboa é composta por 13 grupos políticos e 75 membros eleitos.