“Tanto Portugal quanto a Espanha estão bem posicionados para liderar a transição energética e capturar novas oportunidades para a industrialização verde, graças aos abundantes recursos renováveis, capacidade técnica e instituições robustas”, aponta o estudo.
Os autores enfatizam que os dois países da Península Ibérica estabeleceram metas ambiciosas em seus Planos Nacionais de Energia e Clima para 2030 (PNEC/PNIEC), com foco na eletrificação, hidrogênio verde e fortalecimento das interconexões de eletricidade e hidrogênio com o resto da Europa.
No entanto, eles apontam para desafios cruciais, como a falta de interconexões com o resto da União Europeia (UE), burocracia nos processos de licenciamento, limitações na rede elétrica e a necessidade de envolver mais as comunidades locais no compartilhamento dos benefícios dos projetos de energia.
Segundo os autores, o fortalecimento das interconexões de eletricidade e hidrogênio entre a Península e o resto da Europa “agora é uma prioridade geopolítica e climática e deve ser acompanhado por políticas industriais e sociais que garantam uma transição justa, competitiva e inclusiva”.
O fortalecimento das interconexões transfronteiriças também foi mencionado pelos especialistas como “uma necessidade urgente após o apagão que afetou a Península Ibérica em abril deste ano”, apontam.
O estudo conclui que Portugal e Espanha têm uma capacidade instalada crescente de energia solar, eólica e hídrica e “podem desempenhar um papel central no futuro mercado europeu de hidrogénio verde”.
Além disso, sua infraestrutura de gás natural liquefeito (GNL) “é estratégica para a diversificação das importações de energia, particularmente gás natural dos EUA e da Nigéria, enquanto os contratos de longo prazo com a Rússia devem ser eliminados até 2027”.
O estudo também nota que os portugueses e espanhóis “mostram um forte apoio à transição energética, vendo-a como uma oportunidade económica” e, portanto, “este capital político deve ser alavancado para acelerar a implementação de projetos e políticas que promovam a descarbonização inclusiva, aproveitando as vantagens competitivas regionais”.