O Instituto Mais Liberdade publicou o “Ranking de Competitividade Municipal”, uma radiografia do desempenho de 186 municípios como uma ferramenta potencial para formuladores de políticas.

O estudo constatou que Lisboa é o município mais competitivo de Portugal, seguido por Oeiras e Porto, entre um total de 186 avaliados no “Ranking de Competitividade Municipal 2025”, do Instituto Mais Liberdade.

A dez dias das eleições locais, o Instituto apresenta uma radiografia do país, relançando a discussão em torno das desigualdades territoriais e da necessidade de “traçar caminhos para um desenvolvimento mais coeso e sustentável em Portugal”.

De acordo com este estudo, que avaliou 186 municípios com mais de 10.000 habitantes e mede o desempenho municipal em dez dimensões, Lisboa lidera com 70,1 pontos, seguida por Oeiras (66,2) e Porto (61,6).

Coimbra, Aveiro, Cascais, Maia, Alcochete, Funchal e São João da Madeira também estão no top 10, de acordo com um relatório do ECO.

Lisboa aparece em primeiro lugar em termos de capital produtivo, seguida por Oeiras e Porto, que combinam densidade de negócios com a presença de grandes empresas e inovação. No entanto, Oeiras tem o maior valor agregado bruto (VAB) por empresa (â262.000) e a maior porcentagem de grandes empresas (0,4%), enquanto Lisboa se destaca na densidade de negócios (

0,25 empresas por habitante).

Em contraste, Sabugal, Vila Pouca de Aguiar e Murtosa têm baixo VAB por empresa, baixa densidade de negócios e poucas grandes empresas e inovação. Isso demonstra a disparidade regional dentro do país: “os primeiros lugares estão concentrados principalmente em grandes municípios costeiros, onde há uma maior densidade populacional, de negócios e de infraestrutura”, de acordo com a análise de Juliano Ventura e André

Pinó Lucas.

Renda mais alta

Oeiras também tem a maior renda familiar, seguida por Lisboa, Alcochete, Sines e Cascais no top 5. Este estudo destaca Sines por ter a segunda maior renda média mensal (“2.181 por mês em 2023) e “uma baixa porcentagem de famílias com impostos de baixa renda (25,1% abaixo de 10.000 por ano). Esta realidade é parcialmente explicada pela “presença de grandes indústrias e infraestruturas estratégicas relacionadas com o porto de Sines, particularmente empresas dos setores energético e petroquímico”, afirma o documento em questão

.

Já no final desta análise estão Valpãos, Cinfè̃es, Alij̃³ e Castro Daire, bem como Odemira, no Alentejo. De acordo com essa análise, Cinfães é o município com a menor receita bruta mediana (

8.228 por ano).

Oeiras volta a ocupar o primeiro lugar na categoria de proteção e justiça, seguida por vários municípios. Gaúchos

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Lisboa também lidera a categoria de capital humano, “com a maior porcentagem da população com ensino superior”, enquanto Arruda dos Vinhos aparece no top 10 devido à sua baixa taxa de desemprego e forte crescimento populacional.

Em contraste, os municípios do interior do país e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira estão no final da tabela, demonstrando claramente a disparidade regional.

Habitação

Em relação à habitação, São Paulo, Bragança e Mônaco já lideram, enquanto Lisboa aparece na parte inferior da tabela como o município mais caro, tanto para compra (4.340/m2) quanto para aluguel (1.593 por 100m2).

Por outro lado, “Sabugal se destaca como o município com o menor valor médio de venda de casas familiares (289/m2), e São Paulo ocupa o segundo lugar em aluguéis mais acessíveis (279 por 100m2).”

Cinfães, São Paulo e Valpãos têm os menores impostos municipais e a menor dívida. No final da tabela está Vila Real de Santo Antônio, que “cobra as maiores taxas de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e sobretaxa municipal do país (0,45% e 1,5%, respectivamente)”,

afirma esta análise.

Ao analisar a “competitividade envolvente (efeitos de proximidade)”, Amadora, Odivelas e Almada lideram o caminho “porque beneficiam da proximidade de vários municípios altamente competitivos da Área Metropolitana de Lisboa (AML), especialmente Lisboa”, de acordo com o estudo divulgado pelo Instituto Mais Liberdade. Horta (Açores) ocupa

a última posição.

Saúde

Em relação à dimensão da saúde, Coimbra se destaca com um papel de destaque, com seu campus hospitalar e universitário.

No entanto, é em Angra do Heroísmo (Ilha Terceira, Açores), Rio Maior e Faro que a competitividade é maior. Em termos de educação, é a que mais se destaca, embora o maior número de professores no ensino não superior esteja em São João da Madeira

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Ao avaliar “serviços essenciais e ferrovias”, Albufeira ocupa o primeiro lugar, com destaque para a “boa densidade de caixas eletrônicos e disponibilidade de serviços”.

Lisboa e Porto concentram as ofertas culturais; mas há exemplos positivos em menor escala, como Alcanena, Estremoz e Elvas.

Com essa visão geral regional, divulgada em meio à campanha eleitoral, os autores pretendem “oferecer informações claras e comparáveis para famílias, empresas e tomadores de decisão públicos, destacando padrões, boas práticas e fraquezas em nível local”.