“A imigração não é um problema; é um desafio para o país como um todo criar condições efetivas para integrar as comunidades de imigrantes da melhor maneira. E é uma necessidade”, disse Pedro Pimpão, em entrevista ao jornal Público e à Rádio

Renascença.

O novo presidente da ANMP acredita que Portugal, com suas características demográficas, precisa efetivamente de mão de obra e imigração em uma série de atividades econômicas.

“Quando conversamos com empresários em alguns setores, percebemos que eles são muito dependentes da imigração, e os mecanismos de integração e inclusão nessa imigração devem ser fortalecidos. Portanto, não vejo isso como um problema, mas como um desafio positivo para o nosso país, e há condições de acolhê-los de forma estruturada”, disse.

Na opinião de Pedro Pimpão, o processo de integração dos imigrantes deve ser regulamentado para que os estrangeiros venham para Portugal e tenham condições de ter qualidade de vida e dignidade.

Estigma

Quando questionado sobre a associação entre segurança e imigração, Pedro Pimpão, que foi eleito presidente da ANMP no último fim de semana, diz que não faz sentido, salientando que isso

cria estigmas.

Na entrevista, o prefeito de Pombal (distrito de Leiria) também reconhece as dificuldades em avançar na regionalização por meio de um referendo, admitindo que uma mudança na Constituição poderia fazer o processo avançar.

No fim de semana, durante o congresso da ANMP em Viana do Castelo, o primeiro-ministro afirmou que a regionalização não será abordada nesta legislatura porque “o momento é inadequado e inoportuno” e é necessário “aprofundar a descentralização em curso”.

Nessa ocasião, o presidente da ANMP, Pedro Pimpão, disse que a regionalização “deve ser discutida”, mas rejeitou ficar desapontado com o anúncio do primeiro-ministro de que o processo não será uma prioridade nesta legislatura.

Em entrevista à Rádio Renascença e ao jornal Público publicada hoje, Pedro Pimpão disse que não se opõe ao adiamento da regionalização para uma futura legislatura.

“Não nos opomos a isso, porque temos que olhar para a descentralização e entender a situação e o que pode ser aprofundado. Também acho que temos que começar a fazer progressos mais sólidos para que, em uma futura legislatura, a regionalização seja realmente implementada”, disse

.

O presidente da ANMP também considerou que uma mudança na Constituição “poderia ser um caminho a seguir”.

“Agora, o que temos que fazer é aproveitar a massa crítica e criar condições para que aqueles que já estão lá — áreas metropolitanas, comunidades intermunicipais e as próprias CCDRs [Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais] — tenham mais autonomia, mais capacidade de enfrentar os desafios de cada região”, indicou.

Na entrevista, Pedro Pimpão considera que a regionalização deve ser objeto de um amplo consenso nacional.

“Se os agentes e partidos políticos entenderem que a regionalização é importante para o país, talvez renunciar ao referendo possa ser um caminho a seguir. Mas se a regionalização for bem recebida pela população, acredito que mesmo com o referendo, ela pode ter sucesso”, disse.

Pedro Pimpão disse ainda que a lei municipal é uma das metas dos prefeitos, considerando que a oportunidade de mudar “é agora”.