“É mais lucrativo fazer fisioterapia dias após a cirurgia do que dois ou três meses depois”, disse o presidente, António Lopes, em entrevista à agência noticiosa Lusa, a propósito do “12º Congresso Nacional de Fisioterapeutas”, que será realizado nos dias 8 e 9 de maio.

O diretor destacou que é comum que os pacientes não tenham acesso à fisioterapia após a cirurgia e só recebam atendimento três meses depois no setor privado.

“Naquela época, as consequências já haviam surgido e não era mais possível superá-las”, disse o presidente, lamentando que o dinheiro estivesse sendo gasto sem ver resultados.

O dirigente disse que a ordem não é contra o setor privado, mas ressaltou que é importante ter unidades de fisioterapia no SNS, para que seja possível atender às necessidades dos pacientes de forma mais imediata.

Antônio Lopes destacou que é necessário incluir fisioterapeutas nas equipes de atenção primária à saúde.

“Na Unidade Local de Saúde do Algarve (ULS), existem 30 fisioterapeutas nos cuidados de saúde primários, mas há outros ULS que não têm nenhum ou poucos”, indicou.

Quando questionado sobre o número de fisioterapeutas que o SNS deveria ter, o presidente disse que deveria ser a maioria dos profissionais cadastrados na ordem, que somam 13.406, dos quais apenas 1.500 trabalham no SNS.

António Lopes destacou que o número de fisioterapeutas no SNS é inferior à média da União Europeia: de acordo com o Eurostat, a UE tem 137.000 fisioterapeutas por 100.000 habitantes, enquanto Portugal tem 110.

A criação de serviços e unidades de fisioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) será um dos temas do Congresso Nacional de Fisioterapeutas, que terá cerca de 500 participantes.