A IA confiável foi criada este mês por Paulo Quaresma e Vítor Nogueira, professores do Departamento de Informática da Universidade de Évora (UÉ), junto com Jianbiao Dai, da Universidade de São José, em Macau, uma região semiautônoma da China.
“Não pretendemos, nem achamos que seja possível, desejável ou vantajoso substituir os profissionais de saúde de qualquer forma”, mas será “uma ferramenta de apoio à decisão”, disse Paulo Quaresma à Lusa.
De acordo com o professor e sócio da empresa, o sistema de IA que está sendo desenvolvido pela Trustworthy AI “terá a capacidade de explicar [aos profissionais de saúde] por que uma proposta diagnóstica ou terapêutica específica” para um paciente foi alcançada.
O sistema de IA analisará “os sintomas, o histórico médico, o contexto e todas as características” do paciente e depois explicará aos médicos ou enfermeiros, “com níveis de confiança, por que está fazendo a sugestão”, disse ele.
Paulo Quaresma destacou que a solução terá “um histórico de aprendizado com muitas situações”, então “pode até alertar o profissional de saúde sobre situações que ele pode não estar levando em consideração no momento”.
Com esse sistema, “há claramente a questão de economizar tempo e também de poder contribuir para melhorar a prestação de serviços de saúde”, disse ele.
De acordo com o responsável, o sistema, que pode ser usado para apoiar profissionais em hospitais, centros de saúde e lares de idosos, é baseado em metodologias de IA auditáveis, explicáveis e éticas para lhe dar “um maior grau de confiança”.
Em outras palavras, ele terá “a capacidade, por um lado, de começar explicando exatamente por que chegou a uma resposta específica” e de ser auditável para que “alguém de fora possa, com autorização, realizar uma auditoria para entender e identificar exatamente o que é todo o processo”, explicou.
Já instalada em um espaço no Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo (PACT), a Trustworthy AI está agora trabalhando em candidaturas para financiamento da UE do programa regional Alentejo 2030 e apoio em Macau.
O professor e sócio enfatizou que a empresa pretende desenvolver um projeto piloto no Alentejo e outro em Macau durante o próximo ano para testar e avaliar a solução, para que até o final de 2026, ela possa ser estendida para outros locais.






