"Como Presidente da SPPSM, não posso deixar de ver como muito positiva a aprovação de uma nova ferramenta terapêutica e o seu financiamento em Portugal, que vem colmatar uma necessidade muito sentida pela nossa população, nomeadamente na área da depressão, nos casos mais resistentes. Penso que é uma boa notícia para todos", afirmou João Bessa.

O presidente da SPPSM comentou a aprovação pelo Infarmed do primeiro psicadélico para a depressão grave a ser utilizado em meio hospitalar.

Em comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde(Infarmed) informa que o medicamento em causa(Spravato) passa a ser financiado, para utilização em meio hospitalar, em adultos "com Perturbação Depressiva Major resistente ao tratamento, que não tenham respondido a pelo menos três tratamentos diferentes com antidepressivos".

João Bessa lamentou, no entanto, a demora na aprovação do Spravato, que já é utilizado "na maioria dos países europeus".

"É manifestamente tardio, ou seja, apesar da geração de evidência que tem sido feita nos últimos anos nesta área e da aprovação desta nova ferramenta terapêutica na maioria dos países europeus, em Portugal, só agora vamos ter esta hipótese financiada no Sistema Nacional de Saúde", afirmou.

De acordo com a decisão, datada de 7 de maio, o Spravato, em associação com outros dois antidepressivos, pode ser utilizado "com estratégias de combinação ou potenciação oral, no episódio depressivo atual moderado a grave", em adultos que tenham sido previamente submetidos a psicoterapia e tenham resistência ou contraindicação à "electroconvulsoterapia", não tenham acesso ou tenham recusado esta terapêutica.

Esta informação surge no mesmo dia em que um grupo de trabalho que integra associações médicas, farmacêuticas e psicológicas e o Conselho Nacional de Ética apresenta um conjunto de recomendações para o uso clínico dos psicadélicos, defendendo que estes devem ser classificados como medicamentos.

Artigo relacionado: