De acordo com o secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, que tutela a Proteção Civil, a situação "está a ser devidamente acompanhada" pelo executivo regional e monitorizada pelo Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores(CIVISA).

A atividade sísmica a sul do concelho da Povoação, na ilha de São Miguel, intensificou-se entre quarta e quinta-feira, tendo sido registados 18 abalos nesses dois dias, segundo dados disponibilizados na página da internet do CIVISA e consultados hoje pela agência Lusa.

"É uma zona sismogénica conhecida, bem identificada, que tem um registo histórico de ocorrências e, portanto, é normal que os sismos sejam sentidos, dado que a capacidade de monitorização instalada, que agora é maior, também nos dá estes números mais elevados e esta maior capacidade de registo", disse hoje Alonso Simões aos jornalistas, em Ponta Delgada, à margem da cerimónia de entrega de duas ambulâncias de emergência aos bombeiros locais.

Apesar da "ligeira diminuição" da frequência dos sismos, o governante garantiu que o Governo Regional vai continuar a acompanhar a situação e apelou à calma: "é preciso manter a calma, não nos alarmarmos, porque a capacidade de monitorização e de acompanhamento desta situação é efetivamente grande".

Para Alonso Miguel, é importante "ter a capacidade de monitorizar e transmitir informação ao público de uma forma transparente (...), uma vez que, neste momento, esta atividade é normal numa zona com registos históricos e que é uma zona sismogénica bem conhecida e bem identificada".

"Começámos a registar um aumento de atividade na noite de 3 de junho. Este aumento de atividade intensificou-se a partir de ontem [quarta-feira] e, desde então, já registámos várias centenas de eventos, com pelo menos 14 sismos sentidos pela população", disse esta quinta-feira à Lusa a investigadora do CIVISA Rita Carmo.

Segundo a investigadora, desde o aumento da atividade sísmica, o abalo mais forte registado ocorreu na quinta-feira, às 8h24 locais, a cerca de 15 quilómetros a sul do concelho da Povoação, e foi sentido com uma intensidade máxima de 3,4 na escala de Richter.

O investigador adiantou que estes são acontecimentos comuns, dado o enquadramento geodinâmico do arquipélago dos Açores, na junção de três placas tectónicas (Placa Norte-Americana, Placa Euroasiática e Placa Africana), razão pela qual é frequente a população sentir alguns sismos ao longo do ano.

"Está relacionado com o nosso contexto na dinâmica tectónica das placas. Na região dos Açores, nomeadamente no grupo Central e Oriental, estamos numa zona de fronteira entre duas placas litosféricas, a placa Euroasiática, que está a norte dos Açores, e a placa Africana, que está a sul", explicou.

Rita Carmo afirmou que é "natural" que a situação possa "demorar mais alguns dias a estabilizar".

No seu site, o CIVISA apela à população para que preencha o inquérito disponível em: www.ivar.azores.gov.br/inquerito-macrossismica, caso sinta um sismo.