"Estima-se que 70 mil portugueses tenham partido em 2023, número idêntico ao registado em 2022, continuando assim a recuperação da emigração portuguesa para níveis próximos dos verificados nos anos anteriores à pandemia de Covid-19", lê-se no relatório Emigração Portuguesa 2024, com dados do ano anterior.
De acordo com o documento, elaborado pelo Observatório da Emigração e Rede Migra, pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia e pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, falta apenas uma recuperação completa, já que a emigração para o Reino Unido caiu mais de 40%, mantendo a tendência de descida iniciada com o Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia), e para França caiu 25%. Ainda assim, a emigração portuguesa é superior aos níveis pré-Covid na maioria dos seus principais destinos.
Em 2023, a Suíça volta a ser o principal país de destino dos imigrantes portugueses, com 12.652 chegadas, seguida de Espanha, com 11.554. Outros países de destaque são a França (7,426), a Alemanha (6,375), os Países Baixos (actuais Países Baixos) (4,892), o Reino Unido (4,414), a Bélgica (3,857) e o Luxemburgo (3,638). Seguem-se a Dinamarca (1.818), Moçambique (1.439) e o Canadá (1.005). Com menos de 1.000 entradas, os destinos incluem os EUA (890), Áustria (778), Noruega (709), Itália (702), Suécia (688), Brasil (547), Venezuela (532), Irlanda (426) e Angola (381). No fundo da tabela estão a Austrália (91) e Macau (53).
"Embora a imigração portuguesa tenha perdido importância relativa ao longo dos anos, o impacto destes fluxos nos países de destino continua a ser significativo. No Luxemburgo, por exemplo, os imigrantes portugueses representaram cerca de 13,5% do total de chegadas de imigrantes, enquanto em Macau esse valor foi de 6% e na Suíça de 5,2%", explicou.
Em 2023, os emigrantes portugueses continuam a ser predominantemente homens em idade ativa. No entanto, alguns países registam uma maior taxa de mulheres, como o Reino Unido (50,5%), a França (50,4%) ou a Austrália (46,2%).
Os Estados Unidos registaram o maior aumento no número de imigrantes que adquiriram a nacionalidade, com 1896 casos, um aumento de 21,9% em relação a 2022.