Num mercado editorial que continuou a crescer em 2024, com um aumento de 9% para 204 milhões de euros, face aos 187 milhões de euros anteriores, 76% dos portugueses afirmaram ter lido pelo menos um livro no ano passado, um ligeiro aumento face a 2023 (73%), mas o número de livros lidos por pessoa caiu para uma média de 5,3, abaixo dos 5,6 do ano anterior.

Entre os leitores, o número médio de livros lidos também diminuiu, caindo de 7,9 em 2023 para 7,2 em 2024, segundo o estudo desenvolvido pela Gfk para a APEL.

"Estes resultados confirmam que, apesar do crescimento sustentado do mercado livreiro em Portugal demonstrar uma base estável de leitores, e apesar dos avanços registados nas últimas cinco décadas no acesso à educação e no acesso ao livro, a compra de livros e a leitura continuam a não ser uma prática regular ou um hábito quotidiano enraizado na maioria das famílias portuguesas", afirmou Miguel Pauseiro, presidente da APEL, citado no dossier de apresentação do estudo.

"O papel das escolas, das famílias e da sociedade em geral é fundamental para que o livro seja definitivamente encarado como um instrumento essencial para a cidadania e para o desenvolvimento do potencial humano, e para que a leitura se torne um hábito sustentável e duradouro", sublinhou o representante dos editores e livreiros.

De acordo com o estudo, a leitura de lazer é praticada por cerca de 60% dos portugueses com 15 e mais anos, que preferem os livros em papel às edições digitais.

As mulheres e as pessoas entre os 35 e os 54 anos estão entre os mais fiéis aos livros, sendo a faixa etária dos 25-34 anos a que apresenta maiores índices de leitura. O maior crescimento na adoção da leitura verifica-se entre os 15 e os 24 anos.