No final da conferência de imprensa e quando questionada pela Lusa sobre os planos para futuras edições, Mónica Serrano disse que a intenção é continuar o festival em Portugal, "e talvez expandir para outros locais".
"Não sabemos como vai ser o próximo ano, isso é discutido anualmente no final de cada edição. [...] Temos uma parceria com Vilamoura e queremos fazer alguns eventos paralelos no país. Estamos muito interessados em continuar, mas vai depender de vários factores, nomeadamente da nossa relação com a estrutura americana", explicou.
O Festival de Tribeca foi fundado em Nova Iorque em 2001 pelo ator Robert de Niro e pela produtora Jane Rosenthal como um ponto de encontro para o cinema independente e talentos emergentes, mas evoluiu gradualmente para um evento de storytelling focado na partilha de histórias em diferentes formatos.
Em 2024, o festival realizou-se pela primeira vez na Europa e os organizadores escolheram Lisboa como parte de uma estratégia de expansão do projeto, em parceria com a rede de televisão SIC, a OPTO - ambas do grupo Impresa - e a Câmara Municipal de Lisboa.
Mónica Serrano explicou que o orçamento desta segunda edição, incluindo os apoios públicos, só será "partilhado" após a conclusão do festival.
O Tribeca Festival Lisboa vai apresentar cerca de duas dezenas de filmes, a maioria em antestreia e previamente anunciados, e conversas com figuras internacionais e portuguesas da indústria do espetáculo.
Estrelas de Hollywood
Para além das já anunciadas presenças das actrizes Kim Cattrall e Meg Ryan, do ator Giancarlo Esposito e do realizador Julian Schnabel, a organização revelou hoje um novo grupo de convidados, entre os quais a produtora e argumentista Ava DuVernay, as actrizes Edie Falco e Veronica Falcón e o ator Ed Westwick.
O realizador Augusto Fraga e alguns elementos do elenco da série "Rabo de Peixe", o ator Welket Bungué, o músico Dino d'Santiago, os humoristas Guilherme Geirinhas e Ricardo Araújo Pereira, a atriz Daniela Ruah e a apresentadora Catarina Furtado também estarão presentes.
O programa de cinema vai decorrer no Teatro Ibérico e na Igreja do Convento do Beato, que foram adaptados para a exibição de filmes, garantiu Mónica Serrano, respondendo às críticas de 2024 sobre as condições em que os filmes foram exibidos, em salas sem insonorização e com lugares desconfortáveis.
"Não pretendemos ter salas de cinema, não é esse o nosso objetivo. É criar uma coisa um bocadinho mais comunitária", esclareceu Mónica Serrano, prometendo uma maior lotação e lugares mais confortáveis nas salas.
Este ano, o Tribeca Festival Lisboa vai oferecer três tipos de bilhetes, que variam entre os 15 e os 65 euros para uma ou várias sessões de cinema, e 36 euros (com compra antecipada) para assistir a cada uma das sessões de live talk e podcast.
Existe ainda um passe geral por 255 euros, que dá acesso a todo o programa. Segundo Mónica Serrano, o evento está praticamente esgotado, tendo sido vendidas "algumas centenas de bilhetes".
Mónica Serrano considera que esta opção precária é "a mais adequada e adaptada à maioria das pessoas", e que 15 euros por uma sessão de cinema permite "uma experiência muito mais completa", com acesso a sessões de perguntas e respostas com os convidados.
Este ano, a organização promete ainda uma programação mais aberta à comunidade, e não apenas aos interessados ou trabalhadores da indústria do espetáculo.
"A ideia é abrirmo-nos. Haverá actividades totalmente abertas ao público, espectáculos, música e uma zona de restauração" - ainda por anunciar - com acesso livre. Quem quiser poderá circular livremente pelo local, exceto nas áreas com entrada paga", explica Mônica Serrano.
A programação completa desta segunda edição do Tribeca Festival Lisboa está disponível em tribecalisboa.sic.pt.
Dos dois fundadores do festival nova-iorquino Tribeca, apenas a produtora Jane Rosenthal confirmou a sua presença.