O site do IPMA dava conta, às 13:00, de um total de 47.676 descargas elétricas atmosféricas (DEA) registadas nas últimas 24 horas pela sua rede de detetores no território continental e áreas oceânicas adjacentes.
"Pode dizer-se que este é um evento com um grau de excecionalidade", disse Pedro Sousa, acrescentando que se trata de "um valor que não é muito comum" para a zona.
"Certamente que não acontece todos os anos haver um evento com esta magnitude e frequência de descargas eléctricas", acrescentou.
O meteorologista indicou, no entanto, que o número de raios contabilizados inclui também descargas que ocorreram em Espanha.
Isto está associado à aproximação e passagem de um sistema frontal, que, disse, é "relativamente típico para esta altura do ano".
Mas "esta frente tem algumas caraterísticas em termos de indicadores e índices de instabilidade que são um pouco mais acentuadas do que a maioria das frentes que nos atravessam (...) e, portanto, potencial para gerar mais trovoadas do que é comum", acrescentou.
Portugal continental está a ser afetado por uma frente fria de atividade moderada a forte, provocando chuva, trovoada e vento, segundo o IPMA, que emitiu hoje avisos amarelos para trovoada para todos os distritos de Portugal continental, exceto Bragança.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil(ANEPC) registou 784 ocorrências entre a meia-noite e o meio-dia de hoje relacionadas com chuva e vento fortes, disse à agência Lusa o oficial de operações José Costa.
"Houve 435 inundações, 163 quedas de árvores, 77 desobstruções de vias, 76 colapsos de estruturas e 31 movimentos de massa, ou seja, queda de pedras e terra, e ainda um salvamento aquático", especificou, acrescentando que a região de Lisboa e Vale do Tejo foi a mais afetada, com 409 ocorrências, seguindo-se a região centro (191), o norte (132) e o Alentejo (52).








