"Prevemos investir em Portugal cerca de 2,5 mil milhões de euros, dos quais 1,7 mil milhões em redes, mas isso depende ainda, obviamente, da proposta final da ERSE", disse o gestor em conferência de imprensa durante a apresentação do novo plano estratégico, referindo-se à decisão sobre o Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte de Eletricidade (PDIRT-E) para o período regulatório 2025-2035.

"Vamos aguardar por esta proposta para tomarmos uma decisão final", disse.

O responsável sublinhou que o grupo "responde a estímulos e incentivos", salientando que o atual contexto em Portugal é favorável ao investimento.

"Acho que é positivo o facto de haver um contexto de impostos mais baixos. Isso promove o investimento e nós também estamos a reagir a isso", acrescentou, aludindo à redução da taxa de IRC e ao fim do imposto especial sobre novos investimentos, medida inscrita no Orçamento do Estado para 2026.

Segundo Miguel Stilwell d'Andrade, "quando se criam as condições certas, é possível atrair investimento, incluindo uma empresa como a EDP, para investir mais em Portugal".

A confirmarem-se as condições fiscais e regulatórias, o investimento em redes em Portugal "passará de cerca de 1,8 mil milhões de euros no último período regulatório [2030] para mais de 3 mil milhões de euros nos próximos anos", o que representa "um aumento de mais de 250 milhões de euros por ano de investimento adicional".

Este reforço "implica mais IRC, mais IVA, mais IRS, mais contribuições para a Segurança Social e mais emprego criado porque estamos a investir mais no país", sublinhou.

O presidente da EDP sublinhou ainda que o investimento nas redes "abrange todo o território nacional".

"Este é um investimento que é feito em todos os concelhos, em todo o país - não está concentrado num único sítio. Temos de mobilizar equipas muito grandes no terreno", disse.

No plano estratégico 2026-2028, a EDP prevê investir um total de 12 mil milhões de euros, sobretudo no segmento das energias renováveis nos Estados Unidos e nas redes eléctricas na Península Ibérica. Cerca de 35% do montante será alocado ao mercado norte-americano e outros 30% ao mercado ibérico, enquanto 10% serão destinados ao Brasil e o restante a outros mercados.

Por segmentos, 70% do investimento global será direcionado para as energias renováveis, clientes e gestão de energia, e 30% para as redes eléctricas.

"Obviamente que também estamos a investir nos Estados Unidos e em Espanha - temos uma visão global - mas alocamos o capital com base nas oportunidades e retornos que identificamos", concluiu Stilwell d'Andrade.