De acordo com Maria da Graça Carvalho, quando o Governo tomou posse em 2024, os projetos hídricos no Algarve tinham uma taxa de participação de 45% porque não estavam agregados. Embora o Programa Operacional (OP) tenha fornecido uma taxa de participação de 60%, a penalidade de 15% reduziu o cofinanciamento, tornando a implementação desses projetos “muito difícil”.
Com o protocolo assinado na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR), no âmbito da estratégia “Água que Une”, a contrapartida nacional para investimentos ambientais essenciais nos municípios algarvios será totalmente garantida pelo Fundo Ambiental, através da Agência do Clima.
“Este é um passo definitivo necessário para corrigir uma situação que estava penalizando os municípios desta região em seus projetos hídricos”, disse o ministro durante a cerimônia de assinatura de um protocolo entre a Autoridade de Gestão do Programa Regional do Algarve 2030 e o Fundo Ambiental, através da Agência do Clima.
Segundo o ministro, com as mudanças feitas no Conselho de Ministros no Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Gestão de Águas Residuais e Pluviais e nos regulamentos do fundo, a penalidade existente é eliminada e, com a contribuição do Fundo Ambiental, agora será possível contribuir não apenas com parte dos 85% inicialmente planejados, “mas com 100% do financiamento para projetos hídricos”.
“Sem desculpas”
Maria da Graça Carvalho também fez um apelo: “Neste momento, não há desculpas. Prefeitos, diretores da Águas do Algarve, vocês têm financiamento total. Agora é só trabalhar. A partir deste momento, acredito que estão reunidas todas as condições para avançar com esses importantes investimentos.”
O ministro enfatizou que a prioridade imediata é a água, devido ao estresse hídrico, acrescentando que em relação a outros projetos ambientais, como o gerenciamento de resíduos, as situações serão avaliadas caso a caso, “porque outras regiões do país também têm problemas”.
O ministro acrescentou que o novo decreto do Fundo Ambiental já foi assinado e recebeu uma avaliação positiva da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
“Tudo o que for implementado este ano já estará incluído. Se for mais do que o planejado, emitiremos uma decisão final no final do ano para finalizar o financiamento. Implemente o máximo possível, porque teremos a capacidade de cofinanciar”, insistiu.
Maria da Graça Carvalho também avaliou a situação hídrica da região, observando que o Algarve passou por 12 anos consecutivos de seca até 2024: “Graças às chuvas do ano passado, mas também aos esforços dos residentes do Algarve e de todos que vivem e visitam o Algarve, conseguimos obter economias significativas”, disse ela.
Atualmente, os seis reservatórios do Algarve estão com 72% da sua capacidade, ou 320 hectómetros cúbicos de armazenamento, o que representa quase o triplo dos valores registados há um ano, quando tinham uma média de 30%, ou 135 hectómetros, concluiu.
Atualmente, 19 projetos no Algarve estão em fase de candidatura para fortalecer o ciclo urbano da água, com um investimento global de mais de 59 milhões de euros, que inclui intervenções em sistemas de abastecimento, saneamento e reutilização de águas residuais.