A conclusão consta do relatório e contas do ano passado da empresa liderada por Miguel Cruz, quando os pagamentos nestes canais ainda não tinham sido totalmente eliminados, e noticiado pelo Jornal de Negócios.

No final de 2023, a IP já alertava que a perda direta de receita potencial associada à aplicação do desconto de 50% na tarifa ex-Scut era de 107,6 milhões de euros, em termos acumulados. Isto significa que, em apenas um ano e com o aumento dos descontos para 65%, se registou um aumento de quase 140% na perda de receita, ou seja, cerca de 150 milhões de euros.

No dia 1 de janeiro deste ano, foram eliminadas as portagens nas sete concessões, o que, segundo o Governo, significa uma perda de receita de 180 milhões de euros. Por isso, o Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da IP, no seu parecer sobre o relatório e contas de 2024, recomenda ao Estado que, "dada a relevância do valor", "seja encontrada uma solução estrutural que reponha o equilíbrio financeiro da IP". No documento, a própria empresa afirma que, "até ao final de 2025, será estabelecido um mecanismo", em articulação com o Estado, "para assegurar a compensação da perda de receita associada aos descontos nas portagens".