A Pantone anunciou a sua Cor do Ano para 2026 como "Cloud Dancer" - uma tonalidade que o Colour Institute designa como uma "folha em branco perfeita" para a moda, os interiores e o design.

"À medida que caminhamos para 2026, tornou-se claro que se trata de uma evolução - uma época de transição. As pessoas estão a questionar tudo: aquilo em que acreditamos, como queremos viver, onde queremos viver", afirma a vice-presidente do Pantone Colour Institute, Laurie Pressman.

E talvez seja previsível: "Temos estado demasiado comprometidos e demasiado estimulados. As pessoas anseiam por descanso - menos barulho, menos confusão, mais simplicidade."

Este desejo de leveza é o que tem informado as recentes Cores do Ano. "Todas as cores têm um nome - e esse nome é importante. Se mudarmos o nome, mudamos a reação emocional", explica Pressman.

A Cor do Ano de 2024, "Peach Fuzz", "tinha uma sensação de brancura e leveza porque as pessoas queriam leveza de ser".

Enquanto a cor do ano passado, 'Mocha Mousse', "não era um castanho denso; era um castanho batido - arejado, suave, mais leve - porque não queremos carregar o peso connosco".

Com início em 1999, a Cor do Ano da Pantone foi criada para envolver o mundo num diálogo partilhado sobre a cor.

"O objetivo era realmente iniciar uma conversa sobre cores", diz Pressman, "para realçar a relação entre cor e cultura, porque as cores com que nos envolvemos reflectem o que está a acontecer no mundo num determinado momento".

Créditos: PA;

Apresentação de 'Cloud Dancer'

Este ano continua essa trajetória. Como diz a diretora executiva do Pantone Colour Institute, Leatrice Eiseman, "Apresentamos Pantone 11-4201, Cloud Dancer".

Trata-se de um branco neutro, que Eiseman diz estar "imbuído de serenidade - uma influência calmante numa sociedade frenética".

"Estamos à espera de um futuro livre de toxicidade e excesso", diz ela.

"Cloud Dancer desenvolve o nosso desejo de contentamento e harmonia - um sentimento de paz, unidade e coesão.

"É uma cor que nos permite elevarmo-nos acima das nuvens, libertarmo-nos da cacofonia e abraçarmos um novo começo."

Então, como é que se usa Cloud Dancer?

Não é necessariamente difícil estilizar esta cor, uma vez que, sem dúvida, todos temos uma peça branca neutra no nosso guarda-roupa, mas o instituto diz que a silhueta e o acabamento do tecido são essenciais para a usar em 2026.

"A moda infundida com Cloud Dancer tem uma suavidade ondulante - sem peso, leve e serena", diz Eiseman.

Ela fala sobre a ascensão do minimalismo elevado nas passadeiras vermelhas - basta ver os recentes looks monocromáticos na passadeira dos Fashion Awards: com Sienna Miller, Sharon Stone, Alexa Chung e Kylie Minogue a usarem a mesma tonalidade.

Aqui, os acabamentos de tecidos como malhas, sedas e cetins foram o que fez com que os conjuntos funcionassem.

"Os tecidos com um brilho suave criam sombras variáveis - o claro e o escuro que só se consegue com o branco", diz Eiseman, que é a chave para estilizar esta cor no novo ano.

"A ausência de peso é o objetivo", afirma, "formas arredondadas, camadas envolventes, quentes e acolhedoras, mas ainda assim leves".

Isto faz sentido, basta olhar para as tendências de bainhas em bolha e calças em balão do ano, as silhuetas amplas e fluidas estão a tornar-se cada vez mais populares.

Os designers vão inclinar-se para a forma em vez do padrão, diz o instituto.

"As silhuetas volumosas funcionam lindamente porque a simplicidade da paleta permite que a linha seja exagerada", afirma Eiseman.

"Estamos a ver tecidos diáfanos, flutuantes e fluidos - desde organza e sedas leves no corpo a drapeados ondulantes, semelhantes a nuvens."

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Como se manifestará nas tendências de 2026?

Poderá argumentar que a cor deste ano é mais uma tonalidade do que uma cor, por isso, o que mais estava na corrida?

"Toda esta ideia de descanso e relaxamento", diz Pressman, "há uma parte disso que pode ser usada com os azuis, mas tem a ver com simplicidade e com tornar as nossas vidas mais simples, com a organização, com a eliminação de todas as distracções".

A ideia de simplificar e de regressar a elementos básicos confortáveis foi o que levou à escolha de Cloud Dancer.

"É um pouco nostálgico", diz Eiseman. "Podemos até acabar por voltar a vê-la com botas go-go. Não duvido que seja uma tendência no calçado".

Outras tendências nostálgicas que os especialistas da Pantone prevêem que voltarão são a sombra gelada dos anos noventa e o delineador branco dos anos sessenta.

"Somos confortados por essa cor", diz Eiseman, "mesmo no campo da beleza, sabe, este caminho para a maquilhagem de olhos branca. Quero dizer que não víamos nada assim desde o eyeliner dos anos sessenta".

Parece que esta cor se vai manifestar mais no familiar do que no vanguardista, prevendo-se que as tendências dos anos sessenta podem estar a regressar em 2026.