Entre os países com maior participação na geração de eletricidade a partir de energia renovável, cinco já estão praticamente em 100%: Costa Rica, Nepal, Etiópia, Islândia e Noruega. Na maioria desses casos, a energia hidrelétrica é o principal “impulsionador”. “Nos próximos cinco anos, países como Portugal e Chile devem atingir 90% de energias renováveis em seu mix elétrico”, com energias renováveis “variáveis” contribuindo com mais da metade, um grupo que inclui energia solar e eólica, tecnologias que são mais imprevisíveis em termos
de geração.Entre os 100 países analisados, Portugal ocupa o quinto lugar em termos de percentagem de renováveis “variáveis”, com cerca de 65%. Está à frente da Alemanha, Irlanda, Dinamarca e, finalmente, da Lituânia, que ocupa o primeiro lugar, chegando a 80%. A participação média da energia “variável” é de 15%, mas espera-se que aumente para 24% até 2030, com cerca de 14 países mostrando ações superiores a 50%. Mais da metade dos países terá aumentos de dois dígitos.
No caso de Portugal, equivalente à Espanha e à Grécia, a energia solar fotovoltaica deve contribuir para gerar “pelo menos um terço” da eletricidade até 2030. Espera-se que Luxemburgo lidere em penetração solar, superior a 40%, e a Alemanha está se preparando para dobrar sua geração por meio desses painéis. Apesar da importância da energia solar em Portugal, as expectativas foram revistas em baixa em comparação com o relatório do ano passado sobre projetos não subsidiados, dado o enfraquecimento dos projetos em andamento, a ausência de leilões e os preços de mercado mais baixos, observa
a agência.Portugal também merece destaque, juntamente com a Alemanha, por serem os dois primeiros países da Europa a implementar leilões de energia renovável juntamente com armazenamento em 2020. “A participação de energias renováveis 'variáveis' em muitos países aumenta os desafios de integração, exigindo flexibilidade adicional no sistema”, explica a AIE no relatório. Ao mesmo tempo, alerta a entidade, os leilões de projetos renováveis acoplados a baterias geralmente levam a preços mais altos em comparação aos leilões de baterias autônomas
.Espera-se que a energia solar fotovoltaica suporte 80% do aumento da capacidade de geração renovável nos próximos cinco anos, um salto impulsionado pela diminuição de custos e pelo licenciamento mais rápido. Depois da solar, a fonte de energia que deve se expandir mais é a eólica, seguida pela energia hidrelétrica, bioenergia e geotérmica. No caso da energia hidrelétrica, dados os desafios de acesso à rede, o foco estará nos sistemas de armazenamento bombeado (que permitem que a energia seja gerada pela reutilização da água), que devem aumentar em 80% até o final da década
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