“Lamento que em Portugal existam várias associações de pessoas que, francamente, estão sempre causando problemas ao sistema judicial em assuntos que não deveriam estar sob a jurisdição do sistema judicial. Vivemos em um país livre; devemos aprender a viver em uma democracia. Os oponentes em uma democracia não são derrotados prendendo-os, ordenando que seus cartazes sejam removidos, ordenando que seu discurso seja retirado ou silenciando-os. Os oponentes em uma democracia são derrotados por meio do debate, por meio de um choque de ideias”, afirmou.

Liberdade de expressão

Falando aos jornalistas no parlamento, à margem do debate do Orçamento do Estado, André Ventura considerou os apelos à remoção dos cartazes “um ataque à liberdade de expressão”. Sobre o apelo do membro do Partido dos Trabalhadores para que o Ministério Público intervenha para aplicar possíveis sanções por causa dos cartazes, considerando que eles “incitam ao ódio”, André Ventura dramatizou: “Ele recorreu ao Ministério Público, mas para quê? Quero dizer, cabe ao Ministério Público prender o líder da oposição? Você acha que essa é uma boa imagem para o país no exterior, que o líder da oposição seja preso por causa de sua liberdade de expressão?”

Acusações de racismo

O candidato presidencial negou que as mensagens que aparecem nos primeiros cartazes alusivos à sua candidatura — “Isto não é o Bangladesh” e “Os ciganos têm de cumprir a lei” (“Os ciganos devem obedecer à lei”)

— sejam racistas.

Créditos: Imagem fornecida; Autor: Sic Notícias;


“Aqueles que promovem o racismo em Portugal são aquelas minorias que durante anos tivemos que pagar tudo, mas não fazem nada e nos obrigam a trabalhar para elas. Isso é racismo, pergunte a qualquer comunidade que more ao lado dessa outra comunidade”, respondeu ele.

André Ventura afirmou que ele é “um representante do povo português” e “ninguém mais”. “Nenhuma autoridade fora deste país tem qualquer poder de decisão, nem influenciará nenhuma decisão política minha ou do partido Chega. O que dizemos é óbvio: isso não é Bangladesh”, afirmou.

O silêncio de Marcelo Rebelo de Sousa

O

presidente Marcelo Rebelo de Sousa se recusou a comentar os cartazes do candidato presidencial André Ventura referenciando a comunidade cigana e Bangladesh, alegando

que não queria interferir na campanha eleitoral.

“Não vou comentar sobre a campanha eleitoral (...). Na campanha eleitoral, cada partido acaba tomando suas próprias iniciativas, e o Presidente da República não comenta, porque se o fizesse, isso se tornaria parte da campanha eleitoral”, disse ele, falando aos jornalistas em uma escola em Vila Verde, onde estava dando uma aula sobre participação cívica juvenil.