O recente marco alcançado pelo empreendimento de aquicultura offshore Mariculture Systems é outro exemplo de como a inovação e a sustentabilidade estão se unindo para moldar esse futuro.

No final de setembro, a Mariculture Systems Portugal deu um passo importante no seu percurso ao receber o Selo de Idoneidade, um reconhecimento oficial da Agência Nacional de Inovação. Esta certificação permite à empresa realizar investigação e desenvolvimento na área da tecnologia marinha e aquicultura. Pode parecer técnico, mas é um sinal poderoso de que Portugal está aberto à inovação na economia azul. Ele permite que a Mariculture Systems fortaleça sua colaboração com universidades, instituições de pesquisa marinha e empresas de tecnologia, e atraia novos investidores que veem o oceano como um motor de crescimento sustentável.

Este projeto, sediado ao largo da costa algarvia, visa desenvolver sistemas de aquicultura offshore em grande escala que combinem engenharia avançada, automação e energias renováveis. Permitirá a produção sustentável de espécies como o robalo e a dourada, protegendo simultaneamente os ecossistemas marinhos. Para Portugal, é um passo importante para provar que podemos equilibrar o desenvolvimento económico com a responsabilidade ambiental.

Há poucas semanas, escrevi sobre outra experiência inspiradora no fórum para o qual fui convidada a participar em Cascais, organizado por Marianne Larned, autora do livro Sopa de Pedra para um Mundo Sustentável. Esse evento reuniu pessoas extraordinárias que já trabalham na economia azul aqui em Portugal, partilhando projetos, soluções e, acima de tudo, um sentido de propósito coletivo. Ouvindo as suas histórias, senti uma forte convicção de que Portugal está a tornar-se um verdadeiro líder nesta transformação global.

Agora, com o marco dos Sistemas de Maricultura, essa convicção parece ainda mais forte. Cada nova iniciativa reforça a ideia de que Portugal não está apenas a seguir tendências, mas a defini-las. Da investigação inovadora ao investimento responsável, da energia oceânica à aquicultura, estamos a assistir a uma geração de pensadores e empresários a transformar a sustentabilidade em progresso tangível.

Portugal tem as condições certas para liderar: uma extensa linha costeira, instituições de investigação experientes, uma cultura de colaboração e um crescente reconhecimento da comunidade internacional. O oceano sempre fez parte de quem somos, mas hoje também representa quem aspiramos ser como uma nação que conecta inovação, ciência e sustentabilidade em tudo o que faz.

Como alguém que acompanhou de perto estes desenvolvimentos, acho profundamente inspirador ver como projetos como este estão a moldar o nosso futuro. «A economia azul já não é um conceito distante; é uma realidade viva que toma forma aqui, em Portugal." O projeto Sistemas Mariculturais prova mais uma vez o que realmente sinto. Que o nosso país está a dar o exemplo, mostrando que prosperidade e sustentabilidade podem crescer juntas, guiadas pelo ritmo do mar.