Passou por uma profunda transformação espiritual que o levou a renunciar à sua vida privilegiada em favor do monaquismo e, eventualmente, do episcopado. O seu caminho começou com um profundo envolvimento em textos religiosos, particularmente as cartas do apóstolo Paulo.

Meditando sobre os ensinamentos de S. Paulo - que enfatizavam a natureza fugaz dos prazeres e riquezas mundanas - Eucherius passou a ver os prazeres terrenos como "meras sombras vazias que nos enganam e desaparecem". Em 714, entrou para a abadia de Jumièges, situada nas margens do Sena, na diocese de Rouen, onde se dedicou à oração, ao estudo e às austeridades penitenciais durante seis ou sete anos. A sua fama de santidade e sabedoria cresceu significativamente durante este período.

Após a morte do seu tio Suavaric, bispo de Orleães, o clero e o povo de Orleães solicitaram a eleição de Eucherius para a sede vacante. Apesar da sua relutância inicial e do seu desejo de solidão, Carlos Martel - presidente da câmara do palácio e governante de facto do reino franco - acedeu ao seu pedido. Assim, em 721, Eucherius foi consagrado bispo de Orleães.

Enquanto bispo, trabalhou incansavelmente para reformar o clero, promover a educação e cuidar dos pobres. No entanto, a sua forte oposição às políticas de Carlos Martel - particularmente o confisco de bens da Igreja para financiar campanhas militares contra as invasões mouras - levou-o ao exílio. Mesmo no exílio, Eucherius continuou a inspirar e a orientar outros através dos seus ensinamentos e cartas, passando o resto da sua vida em oração e contemplação no mosteiro de Sint-Truiden (também conhecido como São Tron ou Sarchinium), onde morreu em 743.