“O projeto RepoR propõe uma abordagem inovadora para restaurar os recifes de ostras que sofreram um declínio acentuado devido à superexploração e poluição, a fim de recuperar e monetizar os benefícios ecológicos, econômicos e sociais desses importantes ecossistemas”, explica a universidade em um comunicado à imprensa.

De acordo com o texto, “técnicas inovadoras serão desenvolvidas e aplicadas para aumentar a resiliência de ostras juvenis ('Ostrea edulis'), incluindo o pré-condicionamento a choques térmicos e de salinidade, combinado com a modulação do microbioma”.

O projeto é baseado em uma plataforma tecnológica composta por malhas poliméricas porosas e biodegradáveis, que permite a liberação controlada de moduladores microbianos, previamente desenvolvidos pela mesma equipe de pesquisa.

Após a fase de testes em condições de laboratório, as ostras tratadas serão transplantadas para áreas da Ria de Aveiro, “onde serão monitorizados indicadores como saúde, crescimento, composição microbiana e taxa de sobrevivência”.

“Com este trabalho, esperamos contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes e sustentáveis para a restauração de habitats marinhos degradados, baseadas em soluções biotecnológicas e adaptadas às crescentes pressões ambientais sobre os ecossistemas costeiros”, explica a mesma fonte.

Coordenado pelo pesquisador Daniel Cleary, do Centro de Estudos Ambientais e Marinhos (CESAM), o RepoR é apoiado pelo programa Mar2030, e cofinanciado pelo Fundo Europeu Marítimo, de Pesca e Aquicultura (FEAMPA), como parte da ação de Apoio à Proteção e Restauração da Biodiversidade e dos Ecossistemas Marinhos.

O projeto recebeu um parecer favorável da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), estando alinhado com a Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha e contribuindo para a implementação da Estratégia Ambiental do Atlântico Nordeste da Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR).