Um dos nomes que me ficou na memória foi Portugal, este pequeno país ibérico que teve um impacto tão grande na história do mundo, cujos navegadores levaram a sua bandeira e a sua língua até aos confins do planeta. Nos anos que se seguiram, tornei-me artista e muitos dos lugares do globo que na altura me pareciam tão irreais, tive mais tarde o prazer de os visitar.

Pintura em Portugal

Em outubro de 2024, juntámo-nos aos milhares de turistas que cortavam caminho por ar, terra e mar até Portugal. Trouxe na minha mochila um pequeno kit de pintura a guache e fomos logo para as ruas de Lisboa. Muitas coisas me impressionaram. Uma das mais proeminentes foi a luz ibérica clara e penetrante. O céu é de um azul inigualável, que clama por cor e telas.Desde as paredes dos antigos edifícios comerciais no porto de Lisboa, aos amarelos encontrados nas ruas secundárias e nos recantos mais íntimos, o viajante sente mais profundamente os tons amarelos nas ruas de calçada de Portugal.

Uma das coisas mais agradavelmente surpreendentes foi o facto de se falar inglês com frequência. De facto, durante todo o tempo que lá estivemos, o único problema que tivemos em ser compreendidos foi um único e muito educado condutor da Uber que só falava português. (E não se pode censurar uma pessoa por falar a sua própria língua no seu próprio país) Falei um pouco com ele em francês, que pareceu compreender.E rimo-nos dos olhares divertidos dos turistas amontoados a bordo de um teleférico que passava à nossa frente. Nunca fui aquele tipo de viajante que espera que o mundo inteiro fale inglês para seu conforto.Apesar de falar inglês e francês, achei a língua portuguesa uma das línguas mais agradáveis e interessantes de ouvir. Fiquei decidido que, se alguma vez viesse a passar mais tempo em Portugal, adoraria aprender a língua. No entanto, para aqueles que estão nervosos com as viagens, garanto-vos que o inglês é muito falado em Portugal, o que torna o país muito mais fácil de navegar para os viajantes que falam inglês.

Visita ao Palácio da Pena

Dos passeios que fizemos, o que mais me impressionou foi a visita de um dia a Sintra e ao belíssimo Palácio da Pena. Não me lembrava de ter visto um palácio tão alegremente colorido - tão desejoso de ser pintado. Este palácio foi, de facto, a "joia da coroa do rei-artista" Fernando II. (Fernando II era, ele próprio, um artista talentoso.A maior parte dos palácios e castelos são emblemas cinzentos... monumentos frios, semelhantes a fortalezas. Mas este brilhava como um farol de vermelho e amarelo a partir do seu local de origem, acima da paisagem rural perto de Sintra. No meio de uma viagem a muitos lugares bonitos, as nuvens a passar pelo topo da colina do Palácio da Pena é uma das minhas memórias mais preciosas de Portugal.

Créditos: Imagem fornecida; Autor: Neil Myers;

Alguns dias depois de chegarmos, apanhámos o comboio para o Porto, onde tive um pouco mais de tempo para pintar, completando um estudo a guache iniciado em Lisboa. O Porto impressionou-nos com cenas imaculadas, desde o rio às ruas estreitas, com o fado e o vinho do Porto, que fazem com que nos sintamos completamente dentro e entre esta cultura única.Um artista, um escritor ou um cantor, não podia deixar de tentar captar o que flui destas ruas antigas e a grande idade destes lugares, desde os tempos dos mouros e dos romanos, até à algazarra e às multidões dos dias de hoje. O Porto é o que diz ser - um Porto, um descanso, um ponto de partida entre o passado e o presente.

Saudade

Quando se aproximava a hora de deixarmos Portugal, tive a típica sensação de artista que precisava de mais tempo - mais telas, mais oportunidades para captar as imagens das aldeias brancas à beira-mar, dos castelos e das ruas iluminadas pelo sol. Demasiado pouco tempo, tanta beleza.Este sentimento persistiu quando embarcámos no avião que nos levaria de volta ao oceano percorrido pelos navegadores portugueses de tempos longínquos, que devem ter olhado com admiração para os novos mundos que descobriram, tal como eu olho com carinho para o velho mundo português que trago comigo e que continuo a descobrir nas telas.