Segundo o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil(SNPVAC), que convocou a greve dos cerca de 60 trabalhadores da Sata Air Açores (que assegura os voos entre as nove ilhas), o acordo negociado e a proposta apresentada estão "aquém das expectativas" e não conseguem "colmatar o fosso que tem existido ao longo dos anos com outras classes profissionais".

"Ao longo dos anos, a empresa tem vindo a desvalorizar os tripulantes da Sata Air Açores", lamentou, sublinhando que estes "exigem as mesmas condições que os restantes trabalhadores do grupo".

O dirigente sindical apontou como outro motivo para a greve as condições de trabalho nos aviões Dash 200, que "são muito antigos e têm criado imensos problemas à empresa, mas também ao próprio trabalho".

"As condições de trabalho [nos Dash 200] são péssimas, não só em termos de ruído, mas também do calor que se faz sentir nos aviões, que é insuportável", disse, considerando que "a empresa tarda em encontrar soluções alternativas e materiais que proporcionem algumas condições para atenuar" a situação a bordo.

A este propósito, Ricardo Penarróias disse que já foi pedido à empresa que "faça uma gestão mais adequada dos Dash 200", para além de "reduzir os tempos de voo e, sobretudo, melhorar as condições de trabalho".

"Neste ponto em particular, a empresa podia perfeitamente controlar e ser ousada", sublinhou o dirigente sindical.

Contactada pela Lusa, fonte do gabinete de imprensa do grupo SATA confirmou a receção do pré-aviso de greve, mas recusou dizer se a empresa está disposta a negociar com o sindicato.