O encerramento foi efectuado na sequência de uma inspeção da Inspeção Geral das Actividades Culturais(IGAC), que salientou deficiências que exigem correção. As obras necessárias incluem a substituição do pavimento, a beneficiação de cerca de 200 lugares sentados e a instalação de um novo sistema de alarme. A IGAC confirmou que o cinema, que é propriedade privada, deve permanecer encerrado até que todos os problemas sejam resolvidos e seja efectuada uma nova inspeção.

Barradas, que explora o cinema ao abrigo de um contrato com o Hotel Melius para os próximos sete anos, admitiu a incerteza quanto à possibilidade de o espaço continuar a acolher filmes ou outras actividades. "Tudo é tão caro que nos deixa desanimados", disse.

De acordo com o Instituto do Cinema e Audiovisual(ICA), o Melius Beja é o único cinema regular privado do distrito. O número de espectadores tem sido modesto: em 2024, 629 espectadores assistiram a 47 sessões, com Mufasa: O Rei Leão atraiu o maior número de espectadores. Em setembro de 2025, o número de espectadores aumentou para 1 529 em 170 sessões, com destaque para Microsoft: O Filme.

"O cinema, tal como está, está morto", comenta Barradas, acrescentando que só os grandes êxitos de bilheteira conseguem atrair audiências significativas.

Com o encerramento do Melius Beja, as sessões regulares de cinema na capital de distrito estão agora limitadas ao Teatro Pax Julia, gerido pela autarquia, que também acolhe teatro e música. Em 2024, as suas 27 sessões de cinema atraíram 1.411 espectadores, enquanto as 14 sessões deste ano, até agosto, atraíram 1.519.

Beja continua a ser um dos distritos menos activos em termos de cinema em Portugal, com apenas 11.920 espectadores registados em 2024, o que representa 0,1 entradas por habitante.