"Foi com grande satisfação que registei a aprovação [desta proposta] apresentada pelo Partido Socialista, que muito vai beneficiar os munícipes de todo este território", que inclui os concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira, no distrito de Odemira, disse hoje a presidente da CIMAL, Clarisse Campos.

Em declarações à agência Lusa, a autarca afirmou que esta decisão "vai beneficiar" não só "os residentes e as empresas", mas também "contribuir para melhorar a coesão territorial e potenciar o desenvolvimento" deste território.

"Apesar de sermos litorais, temos muitas regiões com caraterísticas semelhantes às do interior, com populações dispersas", disse Clarisse Campos, dando o exemplo do concelho de Alcácer do Sal, a que preside.

Para a autarca, eleita pelo Partido Socialista (PS), esta pode ser "uma alavanca" e uma oportunidade para "atrair emprego qualificado e empresas" para a região.

A autoestrada A2 liga a Área Metropolitana de Lisboa, a partir da zona da Marateca, no concelho de Palmela, distrito de Setúbal, às sub-regiões do Alentejo Litoral e Baixo Alentejo e à região do Algarve, numa extensão total de 240,8 quilómetros.

Também contactado pela Lusa, o porta-voz da comissão coordenadora dos utentes do litoral alentejano, Dinis Silva, congratulou-se com a decisão de isentar portagens neste troço da autoestrada A2, sublinhando que é "um bom sinal para o desenvolvimento do país".

"Agora, vamos ver se isto passa do papel para a prática. Estamos a aguardar com alguma expetativa que isto se concretize", disse o governante, reforçando a importância de a medida ser alargada a todo o país.

Os impostos "são cada vez mais altos, temos as estradas nacionais todas degradadas aqui no litoral alentejano, mas vemos isto com alguma expetativa", salientou Dinis Silva, que defendeu "a nacionalização da Brisa" e das "empresas que detêm as concessões das auto-estradas".

Nos casos da A6 e A2, a isenção só se aplica a residentes e empresas sediadas em determinadas "áreas de influência" das duas auto-estradas.

A isenção, que abrange o troço da A6 entre o nó da A2/A6/A13 e o Caia, enquanto o troço da A2 inclui a A2/A6/A13 e Almodôvar, funciona "através da utilização de um dispositivo eletrónico associado à matrícula do veículo".

Para determinar quem pode beneficiar da isenção, a legislação estipula que as áreas de influência compreendem, no caso da A6, "o território abrangido pelas regiões NUTS III do Alto Alentejo e Alentejo Central" e, no caso da A2, "o território abrangido pelas regiões NUTS III do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral".

A proposta de Orçamento do Estado para 2026 foi hoje aprovada em votação final global com os votos a favor dos dois partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS-PP, e as abstenções do PS. Os restantes partidos (Chega, IL, Livre, PCP, BE, PAN e JPP) votaram contra.