Hugo Espírito Santo abordou a questão em Macau, depois de o presidente do conselho de administração da ANA - Aeroportos de Portugal, José Luís Arnaut, ter admitido querer antecipar o prazo, mas ainda assim lembrou que 2037 é o que está definido na proposta inicial, "como válvula de segurança".
"O prazo de 2037 é da exclusiva responsabilidade de José Luís Arnaut [presidente da ANA]. O nosso timing é 2034-2035. Estamos a ter esta discussão. O José Luís Arnaut já calculou todos os prazos, mas se a ANA [autoridade aeroportuária] se antecipar, nós ficaríamos muito gratos e seria um sinal de que a ANA está muito empenhada nesta parceria com o Estado português", afirmou Hugo Espírito Santo.
O governante e o presidente da gestora aeroportuária nacional falavam no 50º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo(APAVT), em Macau.
"Portanto, nada impede que acelerem o prazo, e nós, da nossa parte, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance. Mas, portanto, 2035", sublinhou o responsável, respondendo a uma pergunta do presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, que quis saber se era possível projetar todas as obras de acessibilidades e infra-estruturas "ao mesmo tempo até 2037, para que o aeroporto possa estar concluído". Anteriormente, o representante da ANA tinha sublinhado que o processo é moroso, referindo que há uma série de requisitos legais, procedimentos e legislação europeia e nacional antes de se entrar na fase de construção.
"A posição dos meus acionistas e a minha posição como presidente é 'está decidido [Alcochete], vamos antecipar, vamos acelerar e vamos ter Alcochete operacional o mais rapidamente possível'. Porque isso é do interesse do país", disse José Luís Arnaut.
Pressionado várias vezes pelo presidente da APAVT para definir uma data provável, o presidente da ANA disse não se querer comprometer.
"Forte vontade"
No entanto, acrescentou que "há uma vontade muito grande", até porque o interesse da ANA "é o mesmo do Governo e do sector do turismo", de "tentar encurtar o mais possível os passos que podem ser encurtados (...) para iniciar os trabalhos o mais rapidamente possível".
José Luís Arnaut lembrou que o que está em causa é um futuro aeroporto que terá cinco vezes a dimensão do Aeroporto Humberto Delgado.
"O nosso desejo é que seja antes [de 2036]. Mas vamos ver o projeto final, vamos ver o que as empresas de construção vão fazer (...) Eu gostava que fosse em 2035, mas vamos ver... em 2035, 2036. (...) Estamos a falar do cenário idílico", reforçou.
"O prazo na nossa proposta é até 2037 - por uma razão simples, porque era necessário ter aqui algumas válvulas de segurança - mas estamos a trabalhar com o Governo para reduzir os prazos", nomeadamente obras que podem avançar sem ter de esperar por outras, explicou.
"Esta coordenação está a ser feita para o interesse nacional, que é comum", garantiu José Luís Arnaut.
O 50º Congresso Nacional da APAVT, que decorre até dia 4, conta com mais de mil delegados em Macau.







