“Os bons resultados dos últimos dois anos nos fazem acreditar que Portugal é capaz de competir com qualquer equipe em nível global”, disse Luís Gestas, presidente da ANDDVIS — Associação Nacional de Esportes para Deficientes Visuais.
Em declarações à Lusa, o diretor garante a qualidade competitiva da equipe — atualmente na primeira divisão europeia, quando historicamente sempre esteve entre a segunda e a terceira —, que precisa de financiamento para viajar para Lahti entre 28 de setembro e 6 de outubro, onde espera competir com a experiência e o ajuste fino de dois campos de treinamento.
“O que geralmente se faz é dizer que não o faremos porque não temos os meios, não o faremos porque o Estado é responsável e não atende às nossas expectativas. Ou arregaçamos as mangas e buscamos toda e qualquer solução possível para oferecer mais e melhores condições de trabalho para essa equipe”, explicou o presidente
.Luís Gestas acredita que este é o momento perfeito para a equipe de goalball quebrar a longa seca de uma equipe coletiva portuguesa participando dos Jogos Paralímpicos, apoiando sua confiança em um grupo de trabalho, incluindo atletas e comissão técnica, de “enorme qualidade”.
“Geração dourada”
“Esta pode ser a geração dourada do goalball português e temos que aproveitá-la ao máximo. O projeto dos Jogos Paralímpicos não é mais um sonho, é uma ambição”, disse
ele.Para completar duas etapas de preparação, a ANNDVIS lançou uma campanha de crowdfunding de 10.000 euros — “o projeto, que atraiu o interesse de empresas e indivíduos, é explicado em www.porportugal.pt” —, sem especificar se a missão portuguesa estará em risco se a meta não for alcançada.
“Eu prefiro ser otimista e acreditaremos que alcançaremos o nível que essa equipe precisa para completar mais duas etapas de preparação. Poderíamos sentar e criticar tudo e todos por não termos o que precisamos, mas prefiro lutar e trabalhar com minha diretoria, minha equipe, meus treinadores e esses atletas para encontrar soluções para alcançar os objetivos”, enfatizou
.Para chegar aos Jogos Paralímpicos em goalball, a equipe tem vários caminhos, sempre dependentes de boas atuações nos Campeonatos da Europa e do Mundo, “momentos em que Portugal tem que estar presente”.
A seleção portuguesa de goalball tem se desenvolvido no Centro de Alto Rendimento do Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa, “com condições excepcionais, mas com um custo financeiro muito alto”, e também trabalhando na base naval de Alfeite, em instalações cedidas pela marinha.
“Estamos falando de um esporte com atletas que têm orgulho de representar Portugal em competições internacionais. Este Euro será uma oportunidade única para demonstrar seu talento, sua resiliência e seu espírito de equipe”, concluiu.
O goalball é um esporte coletivo com uma bola, praticado por competidores com deficiência visual — eles jogam com os olhos vendados — e cujo objetivo é lançar uma bola