Em comunicado, a ZERO sublinha que o fim dos voos entre a 1h e as 5h está "pendente há três anos" e que dentro de três dias serão definidas as faixas horárias a atribuir às companhias aéreas no próximo verão.
O grupo de defesa do ambiente refere-se à publicação da 'Slot Allocation List' final, um documento que define, "de forma vinculativa", todas as autorizações de descolagem e aterragem nos aeroportos nacionais entre o final de março e o final de outubro de 2026.
"Com base numa metodologia da Organização Mundial de Saúde, a ZERO estima que os custos acumulados relacionados com o ruído do Aeroporto Humberto Delgado na saúde dos cidadãos de Lisboa, Loures e Almada (incómodo, morbilidade) e em termos económicos (perda de produtividade, subvalorização do imobiliário) desde 2015 ascendem hoje a quase 12 mil milhões de euros", lê-se num comunicado da associação.
A associação cita um estudo encomendado pelo Ministério das Infra-estruturas, na sequência da criação de um grupo de trabalho parlamentar sobre voos noturnos no Aeroporto Humberto Delgado: "Concluiu, em 2022, que, considerando o impacto para cerca de 388 mil pessoas dos níveis de ruído noturno que excedem o limite máximo estipulado para as zonas residenciais no Regulamento Geral do Ruído, devem ser proibidos todos os voos entre a 1h00 e as 5h00".
Esta medida é "essencial para proteger a saúde de centenas de milhares de pessoas e para reduzir o impacto económico negativo" associado ao ruído noturno dos aviões.
A ZERO apela ao Governo para que use todos os seus poderes para garantir que o horário de voos para a próxima época de verão respeite integralmente o período de silêncio entre a 1:00 e as 5:00 da manhã.
"É igualmente essencial que sejam implementados mecanismos eficazes de fiscalização e penalização de quaisquer movimentos noturnos fora deste intervalo, garantindo a total transparência dos dados e a responsabilização das entidades envolvidas", sugeriu.





